quarta-feira, dezembro 01, 2004

As Chaves que abriram a porta da rua a Santana

Quatro meses depois de ter convidado Santana Lopes a formar governo, após a saída do patriótico Durão Barroso - que foi defender os interesses do país para a Comissão Europeia (tal como Deco, e com isto não o estou a criticar, que pouco depois de se naturalizar português foi viver para Espanha) - o Presidente da República, Jorge Sampaio, resolveu dissolver a Assembleia da República. Pergunto-me se ele usará ácido ou se bastará um puco de sumo de limão, já que pelos vistos a estabilidade da cooligação de direita era escassa. Mas sumo de limão não deve chegar que estão os comunistas e esses são difíceis de corroer (mas deles falarei mais à frente).
Ora, dizem que a dissolução do Parlamento e consequente convocação de eleições antecipadas nada tem a ver com as recentes reformulações que Santana levou a cabo ou com a saída de Henrique Chaves (e agora percebem o título deste post). Então pergunto, qual é a falta de estabilidade deste governo? Claro que o povo que sofre na pele com a crise me indicaria um conjunto de factores mas deixem-me fazer estas piadinhas, por favor. Por falar em sofrer na pele, no dia da decisão de Jorge Sampaio ouvi um senhor, que participava num fórum radiofónico especial sobre o tema, dizer que naquele momento estava num centro comercial de Lisboa e que via muita gente nas lojas a fazer compras e que por isso os portugueses até andam bem de vida. Caro amigo, se, por ventura, acessar alguma vez na vida este blog (o que dúvido que alguém que tenha como ocupar o seu tempo faça) fica a saber o que eu penso sobre esse comentário:
a. Quem é que, no seu perfeito juízo, telefona para um fórum radiofónico a partir de um centro comercial?
b. Por acaso, reparou se esssas pessoas estavam bem vestidas, ostentavam adereços de luxo, telemóveis de última geração e falavam de forma peneirenta? É que pode estar aí uma explicação para o factor de estarem a fazer compras...
c. Seriam lojas ou restaurantes de Fast Food?
d. Garanto-lhe que se vier ao Porto eu posso levá-lo a ver muitas lojas onde há muita gente a fazer compras. Ficam aqui os nomes: Euromania, O Mundo do Euro e Meio, Preço Certo, Sheng Fui - Bazar Chinês...
Voltando ao assunto que invoquei para este post, convém dar uma palavra sobre as reacções do Partido Socialista, que se diz preparado para as eleições. É de louvar a rapidez com que o partido reagiu com esta afirmação forte e que me leva a pensar: não estaria já o PS preparado desde que Santana tomou posse. Parece-me que a primeira afirmaçao do nosso primeiro contribuiu desde logo para a instabilidade governamental ou não estivesse Sampaio mortinho por ver um político de jeito na frente do partido, no caso Sócrates (todos são melhores que Ferro Rodrigues que me faz lembar um vilão dos uns desenhos animados chamados "Moto Ratos") o homem dos fatos bonitos.
Quanto ao PCP, deixem-me dizer que não estive a par das reacções do partido. Mas vou recuar no tempo até ao Congresso de eleição do novo secretário-geral onde se passaram situações hilariantes para mim. A mensagem do histórico líder dos comunistas acabou com a aclamção: "Viva o Marxismo Leninismo!", ao qual os militantes responderam com um forte "Viva!" para seguidamente gritarem "PCP PCP PCP" com Odete Santos berrando bem alto com o seu boné de ardina e o seu cabelo cor de mamão. Cada vez mais, aprecio os comunistas...
"A Ribeirinha" avança também a reacção de Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda: "Quê? Dissolveu? Diz que o governo tá a fazer mal, que o aborto é que é bom e que continuamos a lutar pela liberdade sexual e pelos direito da mulher. Agora enrola-me aí um charro, por favor!"
Viva o Barrosismo Cavaquismo!
Viva o Guterrismo Rodriguismo!
Viva o Paulismo Portismo!

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