segunda-feira, junho 28, 2004

Luís Figo não esteve a rezar no balneário

Afinal, enganaram-nos! Luís Figo abandonou o relvado depois da substituição mas também deixou o próprio estádio.

"Felipão" mentiu a todos os portugueses quando disse que o número 7 da selecção nacional esteve no balneário a assistir ao desfecho do jogo com uma imagem da Nossa Senhora de Fátima entre as mãos. O jogador do Real Madrid foi mais longe... Na verdade, Luís Figo foi a Fátima a pé durante o tempo de jogo em que não esteve em campo. Todos os responsáveis da selecção julgaram que iam ter de lidar com um gravíssimo caso de indisciplina de um jogador que abandonou o relvado muito lentamente quando a equipa estava a perder, tendo mostrado claro deagrado com a substituição e pouco espírito de equipa. Mas não, era tudo engano. A cara dele não era de desagrado com a substituição mas sim de abstracção e preparação espiritual para a longa caminhada de Fé que se seguia. a lentidão com que se deslocou justifica-se exactamente pelo esforço a que se ia submeter, tendo em conta que não está muito habituado a grandes esforços, principalmente desde que começou o Europeu.

Na verdade, o grande Figo esteve mais uma vez ao serviço da selecção, com um terço na mão e com palavras de incentivo para os colegas (principalmente Ronaldo, Postiga e Deco) no intervalo das orações. Terá sido, possivelmente, o maior serviço do jogador ao país desde o Mundial de 2002.

Continuando a onda informativa, não posso fugir ao assunto que tem agitado o país: Carlos Xavier (antigo jogador de futebol) não conseguiu desamarrar os pés de uma plataforma rotativa instalada numa piscina que ora o punha dentro, ora o punha fora de água. Isto passou-se no programa da TVI de final de noite de domingo, "Fear Factor", que põe à prova famosos e desconhecidos (que após o programa se transformam nos chamados "famosos TVI"). Carlos Xavier desistiu a meio da prova, colocando a mão junto ao pescoço (sinalética utilizada no programa) para indicar que não mais conseguia permanecer dentro de água.
Os colegas de desafio deram logo todo o apoio do mundo ao ex-jogador, como se tivesse acabado de acontecer uma tragédia e utilizando uma técnica própria destes momentos procuraram estar muito bem dispostos e brincalhões para com Carlos Xavier, apesar da sua enormíssima tristeza interior pela eliminação do colega. Surgiram os esperados comentários: "Já foste campeão muitas vezes" e "Este não é o campo que gostas de pisar" (como se ele pudesse pisar a água). Carlos xavier justificou-se: "Não me dou muito bem dentro de água. Comecei a ficar aflito", o que ninguém que estivesse a assitir ao programa e que estivesse devidamente recuperado da noite de S. João, tivesse ainda reparado.

Quanto a mim, a vantagem deste programa é pôr senhoras de sessenta e tal anos a falar inglês, apesar de o fazerem com algumas limitações: "Vou ver o Fide Fé", como já ouvi dizer. Isso sim, prova o interesse da estação de Queluz-de-Baixo na educação dos portugueses. E esta frase faz-me lembrar o comentário de um dos taxistas que frequentaram o curso de inglês da Câmara Municipal de Lisboa. Quando questionado por um jornalista sobre o que diria a um turista que lhe perguntasse como ir para Belém ele respondeu: "Dizia-lhe que ao long the river (com os r's bem carregados) a gente chega lá". E é tudo...

segunda-feira, junho 14, 2004

Da inspiração à selecção

Ora bem...
Hão-de reparar que só escrevo à noite, que é quando a inspiração me cresce (podia já introduzir aqui uma ribeirinha ordinária mas não vou por esse caminho fácil). De facto, também a tosse aumenta com o pôr-do-sol. Por acaso tenho andado lixado e cansado e transtornado e todas essas coisas acabadas em "ado" (por exemplo, "fodado"), com "tosse de cão", sempre lhe chamei assim. É uma enorme parvoíce porque os cães não tossem, pelo menos que eu saiba... Eles ladram e mordem e fazem outras coisas, agora tossir?

É isso e a publiciade à Garnier(percebem a relação entre as duas coisas?). Porque é que no fim há uma voz feminina que diz muito baixinho - num sussurro, até - o nome da marca? Com medo que as pessoas ouçam? Se é para as pessoas não comprarem, não façam a publicidade, ok? Acho que a nossa vida não ganha muito com isso...

A nossa vida e a selecção nacional. Essa é que não ganha! Mesmo com a Catarina Furtado... desculpem Nelly Furtado (possivelmente a Catarina fazia melhor figura - ai se fazia; percebem alguma coisa do refrão para além de "Com uma fo-orça"?) a cantar o hino do Euro. Digam-me lá se o Rui Costa não fez um jogão... Não, porque já lhe "costa" muito correr atrás da bola, prefere passear classe (deve ter ido até ao 12º). E o Deco, que se arrasta, fica no banco. Ele, o Ricardo Carvalho e o Cristiano Ronaldo (não pensem que eu acho que ele merece ser titular mas tinha de usar o nome dele para uma piada). Este realmente não deve sair do banco, desde que marcou aquele golo do meio-campo ao serviço... do BES(percebem?)

E o spot publicitário das pastilhas Tic-Tac? Aquele, da espanhola loura vestida de branco, que dança ao som da melodia daquela música: "O tico tico do fubá", com uma letra diferente. O objectivo era publicitar as pastilhas ou a espanhola (até lhe fazia um patrocínio...)? É que tirando a mulher, aquilo é a coisa mais estúpida que já alguma vez vi na minha vida. Só comparo ao Xau ("Ah, é Xau!"; "Ai, esta é minha!") E além disso não é Tic-Tac verdadeiro. A música diz: "É a pastilha que mais energia dá". Ora, isso é Tic-Tac? Tirem as vossas elações.

Se tivesse introduzido este texto num teste de português concerteza que lhe seria tecido o seguinte comentário: "Não está bem organizado! Não tem um fio condutor!" Mas, o que é isto? Agora os fios também conduzem!!! Vejamos, só maiores de 18 é que podem tirar a carta e vem um fio qualquer e já se diz condutor! Minha nossa...

Pronto, acho que já chega. Força Portugal (não, não faço parte da coligação PSD/PP às europeias, só me apetece ser parolo e dar força à selecção do Felipão)!!!

quarta-feira, junho 09, 2004

Eu e a ribeirinha

De facto eu sou um verdadeiro intérprete da ribeirinha. Conheci esta minha faceta há pouco mais de 2 anos e penso que hoje atingi o auge da genialidade neste novo movimento artistico. Não me confundam, porém, com um qualquer contador de anedotas falhado ou idiota com a mania que é engraçado, porque eu não tento fazer as pessoas rir com piadas pensadas. Provavelmente nunca faço ninguem rir, mas a ribeirinha é um estado de alma e não posso negar esta minha condição. Efectivamente, a ribeirinha surge inesperadamente no meio de uma qualquer conversa (por vezes muito séria, até). Por isso, para libertar a ribeirinha que vive em mim basta-me pensar num assunto e provavelmente qualquer expressão mais curiosa ou qualquer frase mais inspiradora podem-me levar a criar uma nova ribeirinha. Por vezes, surgem a uma velocidade alucinante depende do momento que estou a viver. "Mas este paspalho (lá vai a primeira ribeirinha: ora, paspalho será um apologista de paz que se alimenta de palha? - e agora todos dizem "ai, ai") 'tá pr'aqui armado em cómico? Mas qu'é isto da ribeirinha, afinal? O qu'é qu'este blog me interessa?" No fundo não interessa nada. No fundo, este blog tem como propósito ser (será a única vez que chamarei assim a uma ribeirinha) o maior encontro nacional de comentários secos. Portanto, espero que quando escreverem algo neste blog, não estejam a beber nada. E impõe-se aqui uma reflexão:

1. o contrário de nada é tudo;
2. então, se não estão a beber nada, estão a beber tudo, não é?
3. mas afinal como é que se bebe tudo?

É a mesma coisa que dizer: "Não consigo ver nada!" Então consigo ver tudo, não é? De quê que me queixo? Da testa? (queixo, testa, nariz, percebem?)

Pronto, é nesta base e naquela aresta (genial!) que este blog funcionará. Ou seja, simplesmente pensem num assunto e não tenham medo de escrever todas as ribeirinhas que vos vierem à cabeça (desde que não se magoem quando eles vierem à cabeça, ok?) Força (com uma fome... que ninguém...)!!!